Olá leitores, tudo bem com vocês? Hoje eu vim resenhar o livro O futuro vem da tinta, de Leandro de Souza.
O livro conta a história de Marcos, um adolescente que descobre que é o herdeiro de um livro mais cobiçado em um mundo habitado por divindades e seres mágicos. Sua missão é proteger o livro dos seres maldados. Em virtude desse fardo, coisas acabam acontecem que mudam completamente a vida do jovem rapaz e de sua melhor amiga.
Com a escrita bem divertida, fluente e leve, O Futuro vem da tinta nos transporta para São Paulo, onde vive um garoto normal que tem sua vida mudada quando vê um ser medonho em sua casa. A história é bem interessante e os personagens são cativantes. É um livro rápido de se ler, por ter a escrita fluente, mas ao mesmo tempo, cheio de informações que você precisa se atentar. É claro, para leitores astutos, isso não é nenhum problema, mas, para quem se distrai fácil, recomendo que leia com calma.
Ao ler o livro, é possível notar algumas críticas em relação à sociedade que nos envolve. Retratado em um ser medonho que, aparentemente, parece malvado, se mostra muito cuidadoso com Marcos, o que nos passa uma ótima mensagem de "As aparências enganam". Em outro trecho também é visível essa crítica, quando Marcos encontra com um carcereiro com aparência horrível em um labirinto, mas que na verdade, anseia para ser amado. Além disso, o livro ainda nos traz críticas sobre os seres humanos e suas falhas. “Os humanos são bichos tão manipuláveis, alguém diz uma coisa e vocês logo acreditam”.
Durante a história, vemos os fatos pegarem Marcos de surpresa assim como nós. Tudo ocorre em um curto espaço de tempo, nos remetendo, junto ao personagem, que tudo está em desordem e precisa urgentemente de uma paz. Isso nos faz acelerar a leitura, já que, assim como o personagem, precisamos de paz, e buscamos cada vez mais nos próximos capítulos, um laço de tranquilidade.
A morte e a dor também são relatadas nessa obra. A dor de perder alguém vem em dose dupla, nos passando a simples mensagem de que a morte pode chegar a qualquer hora, em qualquer lugar. As atitudes humanas em um funeral escritas no livro nos fazem realmente lembrar de quando fomos a um. As mãos que insistem em depositar no ombro do personagem, retrata a melancolia de ter que aguentar todo o fardo sobre os ombros. A rosa branca que Marcos deixa sobre a lápide foi um ato simples, mas cheio de significado. A rosa que representa a honra, o respeito e a lembrança nos faz ver o quanto Marcos gostava do falecido. A rosa branca nos indica que ele sempre se lembrará com respeito e honra. A rosa, na mitologia grega, também representa o efêmero – aquilo que dura pouco, reforçando que nem tudo dura para sempre.
Os nomes escolhidos pelo autor também lhe dão mais credibilidade e fidelidade na história. O nome do personagem principal, Marcos Teodoro, reflete diretamente em seus aspectos no livro. Marcos, que significa guerreiro corajoso, e Teodoro que significa presente de Deus. No livro, Marcos tem que ser corajoso e guerreiro para enfrentar os seres que querem roubar o livro, além de Marcos, de certa forma, ser um presente de Deus na vida de seus pais, já que sua mãe não podia ter filhos. Os outros nomes como Gabriele, Abel, Rafael são todos nomes bíblicos, o que não foge do contexto histórico do livro.
O livro é estruturado em vinte e três capítulos. Como já falado, a escrita é leve e fácil de ler. O enredo é bem cativante, porém, muito teórico. O livro se prendeu em explicações em algumas partes e pouco desenvolvimento na questão dos personagens e seus convívios íntimos. Não que isso seja ruim. O livro pedia explicações e foram dadas de acordo.
Certamente, a leitura desse livro foi divertida e prazerosa. Em alguns momentos, me emocionei, em outros gargalhei e em alguns me surpreendi. É um livro que, em análise, está repleto de significados que podem acrescentar à sua vida. Gostei muito do estilo e do universo em que fui transportado durante a leitura. Por fim, recomendo essa obra para todos os amantes de aventura e para todos aqueles leitores clandestinos (melhores pessoas) que leem de tudo e mais um pouco.
Despeço-me com uma frase da obra:
“O que teria de tão errado em simplesmente amar?”
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“O que teria de tão errado em simplesmente amar?”